Ensino com a cara do campo

Proposta da Secretaria de Educação quer fazer escola rural se tornar referência em qualidade de ensino


Imagine uma escola que além de desenvolver os aprendizados regulares, oportuniza aos alunos um conhecimento teórico e prático do campo? Pois é, isso está sendo planejado pela Secretaria Municipal de Educação e deve iniciar já no próximo ano em Três de Maio. Para isso, a Prefeitura de Três de Maio, está desenvolvendo ações voltadas ao acesso e a permanência na escola, à aprendizagem e à valorização do universo cultural das populações do campo.

A Comunidade que terá a primeira Escola do Campo em Três de Maio, será Caúna, o espaço será as quatro hectares que pertencem à Escola Estadual lá existe e que segundo a Secretaria Estadual de Educação deve encerrar as atividades. Para que isso não ocorra, a Prefeitura iniciou o projeto que vai manter as portas daquela escola abertas e mais do que isso, transformar a vida das pessoas que vivem na localidade. Na última quarta-feira, dia 21, a comunidade pôde dialogar e conhecer um pouco mais do projeto.

Segundo a Secretária Municipal de Educação, Tânia Georgi, o projeto de Escola do Campo deve iniciar já no próximo ano, e gradativamente ir crescendo e alcançando as séries maiores. Tânia destaca ainda, que as propriedades rurais dos moradores que apoiarão os projetos, não serão apenas propriedades de fonte de renda, mas devem se tornar laboratórios práticos e sala de aula para os alunos. “Os alunos terão a oportunidade de ver a ordenha, observar como é o nascimento de um pintinho, acompanhar o plantio de frutas e hortaliças, enfim, faremos um resgate dos conhecimentos do campo para as nossas crianças, o espaço será utilizado por turmas que estarão integralmente no local e também por turmas das demais escolas de Três de Maio que poderão participar de atividades no interior”, destaca.

O prefeito Altair Copatti, afirma que o projeto de Escola do Campo é fundamental para que o êxodo rural diminua, pois atualmente os locais estão cada vez com menos habitantes, e uma iniciativa como esta vai trazer vida nova para a localidade. “Vamos revitalizar os espaços da comunidade de Caúna, assim poderemos fomentar a comunidade a se manter aqui e também fica mais fácil buscar melhorias para um local que beneficia um número maior de pessoas”, finaliza.

O morador de Caúna, Ermindo Schefler, falou durante a reunião sobre o quanto a comunidade precisa se renovar. “A apresentação de um projeto bonito como este, está nos deixando muito felizes, pois assim vamos movimentar nossa localidade, eu gosto daqui e não pretendo ir embora, só que amanhã ou depois, a Escola Estadual ia fechar e como nós ficaríamos? Logo seria invadida e perderíamos um espaço que faz parte da história de nós e dos nossos filhos, eu sou parceiro e vou ajudar no que precisarem”, finalizou emocionado.

O presidente da Comunidade explanou que é muito importante que todos os moradores apoiem o trabalho da Secretaria na implantação da Escola do Campo de Caúna, pois se o projeto não acontecer, ele afirma que só sobrará ruínas da escola e em algum tempo os moradores vão diminuir a ponto da comunidade terminar. “Precisamos fortalecer a comunidade, e o modo de fortalecer é apoiando um projeto de escola, vamos fazer Caúna ser grande de novo daqui alguns anos, nós podemos, mas isso depende da força do trabalho de cada um de nós nesse projeto, não apenas da Prefeitura, mas de todos nós moradores que gostamos de viver aqui”, destacou.

A escola de Campo em Caúna, deve realizar a aproximação do ensino com a realidade das crianças, a valorização dos saberes do campo, fomentar o uso de espaços alternativos de ensino, como as plantações locais, realizar o aprofundamento dos conhecimentos, relacionando-os com os produzidos fora do contexto rural, além de propiciar a abertura da escola para a participação ativa da comunidade. Para que o projeto aconteça, a Secretaria tem mantido contato com outras escolas rurais para a troca de experiências, e é acompanhada por um corpo técnico muito capacitado para aprofundar na aplicação do projeto.

Texto e Fotos: Gabriel Lautenschleger / Coordenadoria de Comunicação