SOLUÇÃO PARA O LIXO REQUER ESTUDO E PLANEJAMENTO

Em incursão pelo estado, comitiva três-maiense buscou subsídios, conhecimentos e informações sobre a questão do lixo em outros municípios


Todos os municípios têm lutado para resolver seus problemas do lixo. As soluções não são fáceis e custam muito dinheiro e empenho. Esta foi a constatação de uma comitiva de Três de Maio em visita a sete municípios gaúchos, durante os dias 11, 12, 13 e 14 de março. Formada pelos secretários municipais de Administração, João Seno Bach; de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Dilson Mireski; pelo chefe de gabinete, Leandro Maehler; e pelo vereador Luiz José Lena (PP); a comitiva visitou os municípios previamente selecionados, pela ordem: Guaporé, Nova Prata, Veranópolis, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Flores da Cunha e Dois Irmãos.

A comitiva constatou que há problemas, mas também há soluções em toda parte para o lixo. Mas é necessário muito planejamento e alta soma de investimentos, com a participação da população e da iniciativa privada, sendo as responsabilidades compartilhadas. "Na comparação de Três de Maio com os municípios visitados, pode concluir-se que estamos caminhando no trilho certo, mesmo porque Três de Maio não é um município centenário como são Guaporé, Nova Prata e Veranópolis, com orçamentos bem maios avantajados dos que o nosso e, por isso, estão investindo bem mais alto na coleta e na solução dos rejeitos. Dois Irmãos, no entanto, emancipado em 1959, portanto mais jovem que Três de Maio, foi o município que mais nos impressionou, pelas soluções adotadas e os resultados obtidos", explica o secretário João Seno Bach.

Todos os municípios visitados adotam a terceirização para a coleta, transbordo e transporte dos descartes, a custos quase sempre muito elevados. Praticamente todos não adotam o sistema do aterro sanitário, apenas fazem o transbordo no município e a empresa contratada transporta o lixo para Minas do Leão ou São Leopoldo, cerca de 350 km de distância. Faz exceção o município de Dois Irmãos, que tem uma cooperativa do lixo (com 20 anos de existência), que presta o serviço de coleta, triagem e reciclagem com muita eficiência. A prefeitura não tem ingerência nela, porque a gestão e os trabalhadores são da competência da diretoria da cooperativa, participando a municipalidade apenas com a contribuição estabelecida.

"A comitiva se encantou com esta solução, porque parecia a mais racional de todas, porque dá resultados e a organização é perfeita", disse João Seno. O transbordo, a triagem e a reciclagem é feita em área do município, a sete quilômetros da área urbana. "Aliás, todas as áreas dos municípios visitados, onde é feito o transbordo e a reciclagem ficam bem longe da cidade, contrariamente ao que acontece em Três de Maio. E as áreas destinadas para depósito, transbordo e lixões selados são de propriedade das prefeituras e com licença do Fepam. Carlos Barbosa é um exemplo interessante sob este aspecto", completa o secretário.

Além de buscar subsídios, conhecimentos e informações referentes ao lixo, a comitiva também se ateve ao aspecto visual, turístico e econômico dos municípios visitados. "Desde logo impressiona a beleza visual das cidades visitadas e a limpeza: não se vê lixo nas ruas e nas calçadas e nem nos terrenos baldios. O povo, como se soube, recebe muita informação e os cidadãos são conscientizados, através das mais variadas formas. As ruas e avenidas são bem pavimentadas com paralelepípedos, ou pavimentação asfáltica, os passeios são bem implantados e o que é preciso ressaltar é a boa arborização e flores, muitas flores nos canteiros centrais e nos espaços públicos", ilustra o secretário Dilson Mireski.

Retornando à questão do lixo, outro item observado é a baixa contribuição, através da taxa do lixo, que em Três de Maio é reduzida e insuficiente. "Também temos a deficiência de fiscalização, porquanto faltam fiscais ambientais. Diante do que a comitiva viu na incursão aos municípios visitados, Três de Maio tem pela frente sérias questões a serem superadas, sobretudo, conseguir democraticamente uma solução para nosso aterro sanitário, estabelecer uma solução para nosso consórcio e, de uma vez por todas, solucionar a coleta seletiva e a coleta e o destino de todos os descartes, como restos de construção, galhos, móveis velhos, eletroeletrônicos, entre outros", salienta o chefe de gabinete Leandro Maehler.

Os integrantes da comitiva, enviados pelo prefeito Casali para realizar esta pesquisa de campo, foram unânimes em concluir no seu retorno, que só muito estudo e planejamento, muito diálogo entre técnicos, autoridades administrativas e os diversos segmentos comunitários, com participação ativa do Legislativo e Executivo e exaustivo trabalho, podem traçar em Três de Maio um modelo, adequado e eficiente para solução do problema do lixo por aqui. "Não adianta só criticar os problemas existentes, é preciso assumir de forma compartilhada, porque os responsáveis pelo lixo somos todos nós. Há soluções para tudo, depende da nossa perspicácia e capacidade", lembra o vereador Luiz José Lena.